Entenda como a logística das empresas brasileiras exige soluções eficientes para o transporte de cargas

O transporte rodoviário rápido de cargas é uma das modalidades logísticas mais importantes do país. São diversos segmentos atendidos devido à praticidade e à capacidade envolvida: equipamentos, insumos, veículos, produtos industriais e todo tipo de materiais de forma eficiente.

Porém, ao contrário do que possa parecer, ter um transporte rápido eficaz não envolve diretamente o orçamento, e sim a otimização de custos e o planejamento bem-feito.

A eficiência operacional na logística é resultado da construção de uma cultura de excelência, com serviços que pensem na estratégia de gestão e o foco seja atender as necessidades e os prazos dos clientes.

Os gargalos geralmente surgem onde não há sinergia e integração entre os setores envolvidos, incluindo o administrativo e financeiro. A tecnologia e a inovação industrial vieram para colaborar também nestes processos, rompendo barreiras antes importantes.

A Covre preparou um material que reúne o panorama do transporte rápido brasileiro, as tendências de mercado, as facilidades e as dificuldades que devem ser observadas para uma logística eficiente.

Entenda o cenário do transporte de carga

São raras as ocasiões em que todos os setores da economia, que dependem da logística, seguem um mesmo padrão de atuação.

O transporte de carga vem se adaptando às mudanças decorrentes da legislação, do uso da tecnologia e à crescente demanda por serviços rápidos no modal rodoviário. Eficiência e agilidade não são mais diferenciais, e sim premissas de quem quer atuar neste mercado.

É importante lembrar que o transporte rodoviário é o mais utilizado do Brasil e este é um cenário que deve perdurar por bastante tempo. Não há investimentos que apontem uma mudança para outro modal de transporte no país, assim como não há iniciativas suficientes que possam causar uma reviravolta em curto e médio prazos.

Portanto, as empresas precisam entender que a logística continuará com foco principal para o modal rodoviário, preferencialmente rápido, ainda que exista infraestrutura inadequada em algumas regiões e que as despesas com impostos, combustível, manutenção e pedágios sejam consideravelmente altas.

Trata-se de um mercado estabelecido em torno do transporte rodoviário brasileiro. São mais de 1,7 milhões de quilômetros de estradas e cerca de 3 milhões de caminhões em operação. Mesmo na época de isolamento provocado pela pandemia de Covid-19, a logística rodoviária mostrou eficiência e superioridade diante dos problemas enfrentados, consolidando relevância para a economia como um todo.

As expectativas sobre o transporte rodoviário brasileiro, portanto, são positivas, com projeções de crescimento em meio a novas oportunidades, novas tecnologias e uma legislação mais moderna.

 Peculiaridades

Considerando o modal rodoviário como o mais importante, o primeiro desafio é cobrir as distâncias continentais nacionais. Além de não existir uma uniformidade no tipo de pavimentação das estradas, a insegurança devido a roubos e acidentes é um dos principais problemas quando se pensa em logística de transporte rápido.

As embalagens também podem ser soluções ou problemas quando se aprofunda o entendimento neste setor. Cargas requerem envoltórios com marca e identificação, além de informações como contagem de unidades, prazo de validade, licenças requeridas, entre outras informações de acordo com suas especificidades.

Um bom exemplo são as cargas a granel, que podem ser líquidas ou secas. Elas podem ser transportadas sem acondicionamento, contagem ou marca, mas demandam outros documentos que devem estar de posse da transportadora.

Quando a carga é frigorificada, é preciso que os caminhões tenham sistema adequado de congelamento ou resfriamento para manter as propriedades do produto. Já as cargas perigosas estão sujeitas a acidentes: explosivos, substâncias tóxicas ou oxidantes, venenos, substâncias inflamáveis, infectantes ou materiais radioativos requerem cuidado, registros e licenças específicos, habilitação especial dos condutores e espaços adequados para transporte, carga e descarga.

Legislação

Os modais de transporte rodoviário rápido respondem à Lei 11.442/2007, em que estão definidos os direitos e deveres de empresas e profissionais, inclusive os vínculos de motoristas autônomos registrados na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

Nesta Lei, também estão definidas as responsabilidades perante as cargas, sejam elas relativas à segurança dos itens ou à integridade dos produtos.

Já a Lei do Descanso — Lei 12.619/2012 – diz respeito exclusivamente à jornada de trabalho dos motoristas de caminhões, que têm direito a um número reduzido de horas que não pode ser extrapolado. São 11 horas de descanso a cada 24 horas de trabalho, além de horários de intervalo e refeições. 

A Lei 13.103/2015 modernizou a Lei anterior e ficou conhecida como a Lei do Motorista, estabelecendo novos direitos, como acesso a programas de aperfeiçoamento e formação, proteção da União por ações criminosas, atendimento terapêutico e de reabilitação pelo Sistema Único de Saúde (SUS), entre outros.

Quando o assunto é fiscalização de transporte de cargas em rodovias estaduais e federais, a responsabilidade está subordinada à ANTT. Essas diligências podem ocorrer em forma de auditorias, nos postos de fiscalização fixos, em formato de blitz ou até diretamente nas empresas contratantes ou terceirizadas.

São verificados documentos pessoais do motorista e do veículo, nota fiscal dos produtos, CTe (Conhecimento de Transporte), Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais (MDFe), Contrato de Frete e Carga (CFC), entre outros específicos de alguns segmentos de transporte, como os inflamáveis e tóxicos.

A Resolução ANTT 4799/2015 dispõe sobre o funcionamento do Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas (RNTRC), além de obrigações e vedações à atividade em geral, como contratação e subcontratação do transportador de categoria particular, sem registro ou suspenso pelo RNTRC; ausência de informações obrigatórias na documentação – peso, tipo de carga, valor de pedágios, seguro pessoal etc.; e ausência de contratação do seguro de carga e sua averbação.

Resumindo, a Resolução ANTT 4799/2015 prevê multas diante de irregularidades que variam de R$ 550,00 (quinhentos e cinquenta reais) a R$ 10.550,00 (dez mil, quinhentos e cinquenta reais), de acordo com a gravidade do delito.

Novas ferramentas a serviço do transporte rodoviário

As novas tecnologias fizeram o mundo se voltar para a inovação. Algumas ferramentas já estão fazendo parte do transporte rodoviário de cargas e outras são realidades muito próximas. Alguns exemplos:

• Inteligência de Decisão (DI), que é um conjunto de soluções integradas e estratégicas voltado para a excelência de serviços, seja fretamento e transporte estadual ou a longas distâncias;
• Sustentabilidade e ESG (Environmental, Social and Governance), sigla já difundida no mundo dos negócios, em que todos os setores da economia devem se envolver e se comprometer em ações de preservação do meio ambiente, de compromisso social e de governança ética;
• Digitalização dos pontos de venda, que é a conexão da parte burocrática e administrativa da logística com os órgãos competentes e com as pessoas responsáveis pelo transporte via internet, preferencialmente por smartphones;
• Backoffice, que são estratégias de suporte e integração das áreas da empresa como RH, financeiro, TI, comercial e contabilidade via Mobilidade como Serviço (MaaS) voltadas para as demandas do transporte rodoviário das empresas, organizadas de forma clara e acessível;
• Integração de modais, que utiliza as tecnologias para integrar o planejamento das rotas, custos com pedágios, vantagens relacionadas a armazenamento e docas, entre outros aspectos fundamentais para o plano de logística.

Vantagens do transporte de carga rodoviário

Que o transporte de carga rodoviário é o favorito dos brasileiros, você não deve mais ter dúvidas. Mas quais são as reais vantagens dessa modalidade sobre as demais?

Para começar, é um modal mais simplificado, em que a carga é coletada e armazenada no veículo, diminuindo os riscos de danos. A agilidade é outro ponto importante, principalmente quando o assunto são cargas para curtas e médias distâncias. O caminhão vai até onde a carga está e não o contrário, como acontece em alguns outros modais.

Uma facilidade inegável é a integração com todas as regiões do país, em que a entrega é feita diretamente no ponto de destino, seja numa empresa ou residência, que pode ser feita nos sete dias da semana, 24 horas por dia (dependendo da carga e da empresa), com acesso liberado a boa parte das vias: estradas simples, duplas, de asfalto, calçamento ou de terra.

Claro que tudo depende do porte da carga e suas especificações, mas quando o assunto é transporte rápido, geralmente, o acesso é liberado de forma geral.

Transporte rodoviário nos principais segmentos

As empresas que oferecem transporte de cargas atuam por segmento ou de forma global. Para isto, precisam ter uma excelente infraestrutura e/ou contar com uma carteira de parceiros que possa atender a diversidade de demandas de cada segmento.

Boa parte da produção brasileira depende do modal rodoviário e, por isso, sua grande importância para o Produto Interno Bruto (PIB). Apesar de todas as dificuldades e gargalos, é importante analisar como a logística acontece nos diferentes setores da economia.

Cargas a granel

As cargas a granel continuam sendo prioridades, porque o agronegócio é um dos grandes impulsionadores do crescimento do país. São tipos de cargas que envolvem produtos sem necessidade de encaixotamento ou ensacamento para serem transportados. As regiões de produção intensa de grãos, como interior do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, têm grande demanda por este tipo de transporte em todas as épocas do ano.

Existem dois tipos de transporte a granel: líquidas e sólidas. O transporte de cargas líquidas não é perigoso, mas frequentemente demanda refrigeração e sempre um veículo especial para este fim. Leite, suco e outros líquidos perecíveis produzidos têm suas características, requerendo tanques de aço para garantir sua integridade. Já a água potável pode ser transportada em outros tipos de tanques, desde que o cuidado com a higiene seja máximo.

Cargas sólidas são compostas em sua maioria por matéria-prima ou commodities – arroz, soja, milho, café, feijão e outros grãos. Para seu transporte, é necessário que os caminhões tenham carroceria aberta, os chamados graneleiros. Em alguns casos, a carga pode ser disposta em pallets ou até contêineres, o que facilita a carga e descarga, além do deslocamento em certos tipos de rotas.

Cargas frigoríficas

As cargas frigoríficas exigem cuidados especiais, delimitados na NBR 14.701/2001, como ter material impermeável, volume distribuído corretamente, circulação de ar, baú higienizado, piso vedado, paredes lisas e separação de cargas que necessitam da mesma temperatura, entre outros.

Os produtos frigoríficos são destinados ao consumo humano e, por isso, enquadrados em produtos alimentícios, divididos em duas categorias: perecíveis ou congelados.

Para cargas perecíveis, ou seja, que podem estragar, a logística precisa ser minuciosa, com planejamento e execução detalhados, com rotas mais curtas. O veículo de transporte deve ter controle de temperatura entre 4 °C e 10 °C, sem formar gelo, como as câmaras frias. Isso conserva adequadamente produtos como frutas e verduras.

Mais detalhes para a eficiência do processo logístico de frutas e verduras podem ser encontrados na Tabela para Transporte de Produtos Frigorificados.

Já as cargas congeladas sofrem resfriamento até o gelo ser formado para preservar as qualidades dos produtos transportados, como carnes de boi, suínas e aves, pão de queijo, pratos prontos como lasanha e macarrão com molhos pré-prontos, e toda a ordem de alimentos congelados.

Importante manter a temperatura do começo ao fim da viagem por meio de um veículo conhecido como baú frigorífico, estimada entre -15 °C e -20 °C.

Cargas vivas

As cargas vivas (vacas, aves, porcos, cavalos e outros animais) requerem caminhões adaptados, motoristas habilitados e condução em velocidade mais baixa do que a habitual. Os veículos devem oferecer o mínimo de impacto aos animais para que sua integridade e bem-estar sejam preservados. Também é indicado que as rotas sejam curtas pelos mesmos motivos.

Cargas indivisíveis

Máquinas, hélices, silos, reatores, blocos de rochas, asas de aviões, vagões, guindastes, transformadores, reservatórios, entre outros equipamentos são cargas indivisíveis que muitas vezes requerem transporte especial com acompanhamento.

O artigo 101 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) determina que a autoridade de trânsito responsável por cada via poderá conceder autorização especial para trânsito de cargas indivisíveis, inclusive quando ultrapassarem dimensões e peso máximos estabelecidos pelo Contran, desde que com prazo determinado e específico para cada viagem. 

Os limites de peso e dimensões para a circulação de veículos são:

• Largura: 2,60 m;
• Altura: 4,40 m;
• Comprimento e peso: dependem do tipo de veículo, quantidade de eixos e outros fatores.

A Resolução 01/2026 do DNIT determina as normas para o transporte de cargas indivisíveis e excedentes de peso ou dimensões em rodovias federais, prevendo as questões de fiscalização, a Autorização Especial de Trânsito (AET), lotação dos veículos, horários para transporte, Tarifa de Utilização de Via (TUV) e outros requisitos, lembrando que cada estado e município tem suas próprias legislações que devem ser respeitadas.

Cargas secas

As cargas secas são produtos não perecíveis, de dimensões comuns e que podem ser transportadas independentemente das condições climáticas. São móveis, madeiras, ferragens, canos, tubos, telhas, eletrodomésticos, peças automotivas, ferramentas etc.

Geralmente, a carga seca requer poucas preocupações. Basta que seja empilhada e acondicionada da forma correta e seja protegida de exposição ao sol e chuva por muito tempo. Outro fator importante é o peso da carga e segurança para evitar furtos e roubos.

Os veículos podem ser caminhões do tipo toco, truck ou carreta com cavalo mecânico com semirreboque. É possível compartilhar a carga, desde que os produtos sejam compatíveis, com peso e dimensões respeitados.

Cargas perigosas

Cargas perigosas são todas as que possam causar dano à natureza e ao ser humano. Quem define essa premissa é o DNIT e existem mais de 3 mil tipos de cargas definidas como perigosas. As mais comuns são: explosivos, líquidos inflamáveis, substâncias corrosivas, material radioativo, substâncias tóxicas e peróxidos orgânicos, sólidos inflamáveis, gases, infectantes e oxidantes.

A Lei de cargas perigosas é a 10.233/2001, vinculada à ANTT e sua resolução 5.232/2016, que define quais são os produtos perigosos, seus parâmetros de identificação, documentação necessária, embalagem, sinalização e transporte.

Os tipos de caminhões utilizados para transportar cargas perigosas dependem da natureza do insumo, se é líquido, gasoso, sólido, se requer alta ou baixa temperatura, entre outros aspectos. Podem ser tanque, baú, basculante, sider, bitrem, rodotrem ou porta-contêiner. 

Cargas do setor de saúde

As cargas do setor de saúde são especiais porque envolvem logísticas de urgência, cuidados de caráter biológico, entre outras particularidades. Exigem padrões altos de qualidade e requisitos especiais, além de embalagem e documentação rigorosa.

São produtos e insumos farmacêuticos, biotecnológicos, dispositivos médicos e diagnósticos, entre outros. As instalações e veículos precisam ter condições sanitárias adequadas e certificadas, equipadas para cumprir os padrões e as regulações envolvidas.

É altamente recomendável que se utilize softwares de administração de transporte para otimização de entregas e armazenamento.

Cargas tipo exportação

Transportar veículos e equipamentos automobilísticos, assim como outras cargas de nível internacional, tem como premissa a excelência no planejamento de rotas, modais e custos. A parte rodoviária só cumprirá um trecho da logística, exceto se o país de destino tiver ligação de rota terrestre com o Brasil.

Os contêineres são uma excelente opção, agilizando a troca de modal, quando for o caso, permitindo um custo mais baixo, segurança contra intempéries, furtos, roubos, sequestros, entre outras vantagens.

Os caminhões devem ser adequados para este fim e a transportadora precisa ter experiência neste tipo de logística, como é o caso da Covre.

Dicas para um planejamento logístico rápido e eficiente

O transporte de cargas rápido por via rodoviária tem como premissa a agilidade. É fundamental que as necessidades dos clientes sejam atendidas no prazo determinado. Por isso, o uso de veículos adequados ao tipo de carga é imprescindível.

Além disso, é necessário cumprir alguns passos importantes que garantem o sucesso logístico:

•  bom planejamento;
•  logística desenvolvida, realista e integrada;
•  cotação adequada para que os custos estejam de acordo com o planejado;
•  Just in Time, ou seja, a regra de que embarques podem ser feitos várias vezes ao dia como diferencial competitivo;
• entregas de cargas específicas para cada plano logístico. Ou seja, nada de misturar alimentos perecíveis e vacinas num mesmo planejamento, por exemplo.

A experiência da Covre no transporte rodoviário

O transporte por via rodoviária no Brasil está vinculado ao Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que estabelece regras básicas para esse tipo de movimentação, entre outras legislações específicas apresentadas neste artigo. 

A empresa de logística deve atender às resoluções relativas ao registro de veículos, identificação de cada um para circulação, autorização especial para caminhões altos, além de prever infrações para o descumprimento das normas.

A Covre é especialista em transporte e possui características que se adequam às mais diversas necessidades de empresas de portes diferentes, para transporte de todos os tipos de carga, que vão desde comércio exterior até trajetos curtos com cargas especiais.

São muitas as tendências de mobilidade, mas o fundamental é ter uma empresa de confiança, com experiência e credibilidade, para administrar a sua carga e as especificações logísticas com sucesso.

Fale com a Covre e encontre uma solução integrada e adequada para a sua necessidade. Nossos especialistas estão à sua disposição.